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Tecverde participa de debate sobre construções sustentáveis ao lado da WWF-Brasil e ABIMCI

lançamento portal- 101Refletir sobre como as cidades estão sendo construídas tornou-se uma necessidade diante do impacto causado pela indústria da construção civil. Pensando nisso, o portal Madeira e Construção organizou um evento para jornalistas para falar sobre o tema “As construções do futuro: mais sustentáveis, mais madeira”. O encontro também marcou o lançamento oficial do portal. Mais de 30 pessoas estiveram presentes e puderam acompanhar as palestras de Caio Bonatto, fundador da Tecverde, Ricardo Russo, analista de Conservação do WWF-Brasil, e a participação do superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Paulo Pupo.

Caio Bonatto, fundador da Tecverde Engenharia, empresa pioneira no uso do sistema wood frame no Brasil, falou aos jornalistas sobre os desafios de empreender no setor da construção. “Teríamos todas as desculpas do mundo para não implantar a primeira fábrica, para não apostar em madeira, mas, assim como o portal Madeira e Construção, resolvemos apostar, por saber que esse é o futuro. O setor de construção civil brasileiro precisa se preparar para atender às novas demandas de mercado. Nosso sonho é tornar o segmento mais industrializado e sustentável”, disse.

Para justificar a escolha pela madeira como matéria-prima para a construção, Bonatto ressaltou que o sistema construtivo wood frame tem 70% dos componentes produzidos em uma fábrica, emitindo 80% menos CO² na atmosfera, gerando 85% menos resíduo e consumindo 90% a menos de água no processo. Além disso, de acordo com o engenheiro, uma casa com madeira como elemento estrutural gera uma economia de 50% de energia por conta do isolamento térmico e acústico e tem um prazo de construção até três meses menos, já que os componentes saem prontos da fábrica e são montados no canteiro de obras.

A fábrica da Tecverde, hoje, é a mais automatizada da América Latina e produz 12 casas por dia. A capacidade operacional é de três mil casas por ano e a meta até 2017 é dobrar esse número. A empresa já construiu casas em diversos Estados brasileiros, sempre com a madeira como foco principal. “A madeira é um insumo extremamente nobre e renovável que deve ser utilizada da melhor forma. A construção com madeira não é mais como antigamente, com tábua e mata-junta. Hoje, tem muita tecnologia envolvida. No sistema wood frame, todos os componentes são produzidos com proteção à água, por exemplo. Fazemos uma engenharia de produtos”, explicou.

Bonatto e seus sócios visitaram alguns países na Europa para saber mais sobre a tecnologia. Na palestra, ele contou que a Alemanha, por exemplo, existe um sistema de crédito para as pessoas que ajudarem a reduzir a emissão de carbono, como benefício fiscal para quem usa madeira de forma eficiente na construção.

Neste ano, a Tecverde está dando um grande passo: construção de prédios. Algumas construções de três e quatro pavimentos já foram produzidas. Outra proposta que a empresa está planejando é construir também prédios populares utilizando o sistema wood frame. “Ainda há muito para ser feito: prédio com outras tecnologias, aranhas-céu, construções com madeira aparente, outras inteiramente construídas com madeira. Existe tecnologia para todas as rendas. A madeira é, sem dúvida, um ótimo insumo para a construção civil. Temos que olhar com outros olhos para a madeira. Precisamos de engajamento, algo que é muito fraco hoje. Precisamos de atenção e informação para puxar a demanda e popularizar a madeira”, completou.

WWF-Brasil

O WWF-Brasil, primeiro parceiro de conteúdo do Portal Madeira e Construção, esteve representado no evento pelo analista Ricardo, que apresentou aos convidados Programa Madeira é Legal, uma iniciativa formada por 26 instituições que busca promover o uso sustentável e responsável da madeira na construção civil do nosso país. Na avaliação dele, falta coragem no Brasil para incentivar essas e outras iniciativas. É preciso fazer algo diferente e parar de pensar somente sobre de onde vem a madeira. “É claro que essa é uma discussão importantíssima, mas mais importante do que isso é perceber que temos um material incrível, que é, entre outras coisas, capaz de mitigar a emissão de CO². Temos que discutir mais sobre a madeira”, declarou.

Segundo Russo, o programa Madeira é Legal foi uma forma de cessar a discussão se determinada extração é legal ou não e “tirar das costas do setor florestal a questão do desmatamento”, disse.

“O setor florestal precisa das florestas e, por isso, quer fazer um plano de manejo sério. As pessoas precisam entender que manejo florestal e desmatamento não são a mesma coisa e não têm relação. Essa relação gera um carma e o setor acaba carregando um estigma de desmatamento que não é verdade”, garantiu.

Outro ponto que o analista de Conservação do WWF-Brasil disse que merece atenção é o avanço da tecnologia. De acordo com Russo, o setor florestal precisa se desenvolver ainda mais para afastar o risco de desabastecimento e se unir, porque, hoje, não há organização.

“As boas iniciativas têm que aparecer. No programa Madeira é Legal, damos apoio à cadeia da madeira. Nossa meta é ajudar a articular este setor, porque para chegarmos no grau de tecnologia e avanços que queremos, temos que nos unir em todo o caminho até lá”, reforçou.


Importância do setor

Paulo Pupo, superintendente da Abimci e uma das entidades líderes quando o assunto é o incentivo da madeira na construção, lembrou que, no Brasil, o déficit habitacional chega a 6 milhões  de unidades, segundo dados do IBGE. Segundo ele, o setor de construção tradicional não tem estrutura para suprir essa demanda, porque não tem matéria-prima e mão de obra suficientes e também falta financiamento. Por isso, a melhor opção é a madeira. “O setor florestal é grandioso e tem um viés econômico muito forte, mas o governo federal tem uma visão míope sobre o segmento e sobre a construção com madeira. Temos que levar essa discussão para frente”, afirmou.

De acordo com Pupo, para ter tecnologia, escala e custo acessível, é preciso padronização, trabalho que vem sendo desenvolvido no âmbito da Comissão Casa Inteligente, na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). “Se não tivermos normas técnicas que gerem escala de construção, nada vai sair do lugar. Temos que mostrar uma alternativa construtiva, um método construtivo para ajudar a solucionar a carência habitacional no Brasil”, explicou.

O trabalho do grupo foi organizado em três grandes linhas. O primeiro foi o viés técnico, com o objetivo de padronizar os produtos, o que vai servir de subsídio para a criação da norma brasileira do sistema wood frame, que já está em desenvolvimento. A segunda vertente é o fator político, para buscar a possibilidade de financiamento dos órgãos oficiais. Por fim, a terceira frente de trabalho da comissão, que Pupo avalia ser a mais difícil: a mudança cultural.

“Como mudar um Brasil que está de costas para o mundo? Estamos na contramão dos outros países. Para mudar isso, somente com estratégias e transformações. O centro nervoso do sistema wood frame no Brasil está em Curitiba. Outros Estados vêm até nós, colaboram e ajudam a abrir portas políticas e estratégicas em Brasília. Por isso, precisamos unir cada vez mais os esforços. O portal Madeira e Construção é o início, porque reúne informações e coloca num lugar comum para ser uma referência de mídia. Esse é um momento estratégico para ações conjuntas”, finalizou.

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